fevereiro 02, 2007

SOS Cagarro

Hoje, ao acordar, vi na RTPi um programa sobre o trabalho de protecção desenvolvido para salvaguardar esta espécie protegida desde 1991.
Nos Açores, nos meses de Outubro e Novembro, assim que a noite cai, grupos de voluntários partem em busca dos cagarros, aves marinhas que nidificam em covas no solo, cujas crias quando saiem dos ninhos são presas fáceis de todo o tipo de predadores, com destaque especial para as rodas dos veículos motorizados.
Isto, porque o Homem construiu estradas no meio do seu habitat natural.
Os cagarrinhos, atraídos pelas luzes de aldeias, vilas e cidades, e pelos faróis de motociclos e automóveis, deixam-se ficar no meio das estradas onde, se ninguém tiver cuidado, acabam feridos ou esborrachados.
Na noite em que a reportagem foi feita foram salvos 31 cagarros, um dos quais já estava ferido.
Mais tarde no meio da felicidade de todos os que se empenham neste projecto e das crianças que também colaboram (quanto mais não seja a abrir as caixas onde estão guardados), os cagarros, previamente identificados com anilhas, são libertados numa praia, partindo ao encontro do seu destino.
Aqui ficam algumas sugestões sobre o modo de auxiliar os cagarros, que podem aplicar-se a inúmeras outras aves:

O que fazer?
Quando circular à noite, em estradas junto à costa, conduza com precaução, e sempre que encontrar um cagarro na estrada proceda da seguinte forma:
1.Aproxime-se lentamente do Cagarro, usando luvas;
2.Com calma e segurança cubra o corpo do Cagarro com um casaco, uma manta ou uma toalha;
3.Sem o magoar, segure o Cagarro pelo pescoço e pela cauda, de forma a envolver todo o seu corpo;
4.Coloque-o numa caixa de cartão, com cuidado;
5.Mantenha-o na caixa durante a noite, em local tranquilo e escuro;
6.Liberte o Cagarro na manhã seguinte, junto ao mar, pousando-o com cuidado no chão. Não se preocupe se a ave levar algum tempo a reagir e a voar para o mar, pois ela continuará a sua viagem quando se sentir preparada.

Caso não seja possível transportar e manter o cagarro numa caixa de cartão, liberte-o nessa mesma noite, numa zona junto à costa, com reduzida iluminação artificial.
Actue apenas quando souber exactamente como proceder.
Se, por qualquer motivo, tiver dificuldades em executar o salvamento, contacte os Vigilantes da Natureza em qualquer das ilhas dos Açores.

O que não fazer?
•Não se aproxime da ave quando não sabe exactamente como proceder;
•Não segure a ave por uma asa ou por ambas as asas, nem permita que ela abra as asas enquanto a manipula, pois esta ficará cada vez mais agitada;
•Não dê água, alimentos ou medicamentos;
•Não atire a ave ao mar, pois ela não voará imediatamente quando for lançada, podendo ficar incapacitada de voar;
•Nunca force a ave a ir para o mar, ela seguirá a sua viagem quando se sentir em condições.

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